As associações investigadas por fraude em descontos na aposentadoria pelo INSS cobraram mensalidades na conta de 5,4 milhões de beneficiários no primeiro trimestre de 2024, segundo relatório da CGU (Controladoria-Geral da União).
A Polícia Federal deflagrou hoje uma operação para investigar um esquema em que associações faziam descontos nas contas de aposentados, sem o consentimento dos beneficiários.
Os descontos aparecem no extrato dos beneficiários, que está disponível no aplicativo ‘Meu INSS’.
O Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos) foi um dos alvos da operação de hoje da Polícia Federal contra fraudes no INSS. A entidade tem José Ferreira da Silva, o Frei Chico, um dos irmãos do presidente Lula (PT), como diretor vice-presidente,
Uma auditoria da CGU, que embasou a operação da PF, ouviu 1.273 dos listados como supostos associados. Nessa amostra, 97,6% não haviam concordado com as cobranças e 95,9% afirmaram não fazer parte de associação nenhuma.
Ao todo, as 23 entidades suspeitas (Ambec, Conaf, Contag, Caap, entre outras) faziam descontos em 5,4 milhões de contas. Não necessariamente há fraude em todas elas, frisa a CGU, já que a auditoria foi feita por amostragem. Uma delas, dirigida por Frei Beto, irmão de Luís Inácio Lula da Silva.
O levantamento, porém, mostra que parte expressiva dos 23,5 milhões de aposentados do Brasil pode ter sido vítima de descontos sem seu consentimento em suas contas.
Um aumento recente nos valores obtidos por essas entidades, assim como uma alta repentina nos pedidos de cancelamento, chamou a atenção da CGU.
Apenas em abril de 2024, 192,5 mil pessoas pediram a exclusão de suas mensalidades associativas. Os pedidos de cancelamento vinham aumentando desde 2022, quando estavam em um patamar de menos de mil por mês.