O Governador da Bahia encaminhou à Assembleia Legislativa da Bahia um novo pedido de autorização para contrair empréstimo; total já chega a R$11 bilhões
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), encaminhou à ALBA (Assembleia Legislativa da Bahia) um novo pedido de autorização para contrair empréstimo à Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 600 milhões. Este é o 14º pedido de operação de crédito feito por Jerônimo em dois anos e quatro meses de mandato à frente do Palácio de Ondina.
Na justificativa apresentada, o governador afirmou que os recursos serão direcionados a projetos de “infraestrutura e mobilidade urbana”. “Contribuirá com a continuidade do desenvolvimento econômico e social da Bahia, além de reforçar o compromisso do governo do estado com a sustentabilidade e a qualidade de vida da população”, argumentou Jerônimo.
O governador petista ainda solicitou que a proposta tramite em regime de urgência na ALBA, o que acelera a análise e votação do projeto. Com esse expediente acionado, o projeto tem o prazo de tramitação reduzido e é levado diretamente para votação no plenário sem ser debatido pelos deputados integrantes da comissão.
Até o momento, porém, a Casa presidida pela deputada estadual Ivana Bastos (PSD) não definiu uma data para avaliar o novo pedido de empréstimo. Caso a Assembleia aprove essa primeira solicitação de crédito de 2025, o atual governo estadual já terá acumulado quase R$ 11 bilhões em operações de crédito desde o início da gestão.
Foram oito pedidos em 2024, totalizando, aproximadamente, R$ 6,4 bilhões. No ano anterior, se foi solicitado cinco empréstimos, que somaram cerca de R$ 3,7 bilhões.
Críticas
Para o líder da oposição na ALBA, deputado Tiago Correia (PSDB), a sequência de empréstimos compromete o futuro fiscal da Bahia. “O recorde em arrecadação, fruto de sucessivos aumentos de impostos, coloca o Estado em uma situação fiscal que o permite contrair cada vez mais empréstimos”, avaliou.
“O que espanta é o governador aproveitar disso e propor o 16º empréstimo em pouco mais de dois anos, um empréstimo a cada 50 dias. Onde fica a responsabilidade com os próximos governos, que terão que pagar essa conta que já gira em torno de quase R$ 14 bilhões e representa 20% do orçamento do Estado?”, questionou Tiago.
Crítico ferrenho da atual gestão, o vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, também já se posicionou contra os frequentes pedidos de empréstimos realizados por Jerônimo Rodrigues.
“Os empréstimos que são encaminhados pelo governo do Estado têm um vício enorme, que é não definir claramente o objeto de aplicação do recurso, a instituição financeira com a qual o governo do estado está contratando, e como aquele dinheiro, que é um dinheiro público, vai ser aplicado”, disse Neto.
Ainda segundo Neto, “o que o governador vem fazendo é pedir cheque em branco, e a Assembleia vem dando cheque em branco”.