Levantamento do GSMA revela que a maioria dos 3,45 bilhões de desconectados vive em países de baixa e média renda
O relatório Estado da Conectividade de Internet Móvel 2024, da organização GSMA, mostra que 43% da população mundial não acessa a internet por meio de celulares ou dispositivos móveis. Isso significa que mais de 3,45 bilhões de pessoas não têm acesso à internet móvel.
Entre os fatores que explicam essa lacuna, estão os gargalos de conectividade: 57% da população mundial utiliza a rede móvel, mas 4% não têm acesso a essa conexão na área onde vivem.
A África Subsaariana é a região com os piores índices de conectividade, onde apenas 27% da população tem acesso à internet móvel.
Em contrapartida, 60% da população poderiam acessar a rede, mas não possuem dispositivos para isso.
Outros 13% não têm acesso por falta de cobertura tecnológica.
Regiões rurais, pouco povoadas ou economicamente vulneráveis, especialmente em países sem litoral ou insulares, apresentam falhas de conexão recorrentes.
Além disso, enfrentam baixa alfabetização digital e dificuldade para adquirir aparelhos.
Nos 20% dos países mais pobres, esse custo chega a 51% da renda mensal.
Na África Subsaariana, o valor de um aparelho pode consumir até 99% da renda média mensal.
A GSMA estima que seriam necessários cerca de US$ 418 bilhões (R$ 2,3 trilhões, na cotação atual) em investimentos para garantir acesso global à internet móvel.
Mesmo em regiões com internet móvel disponível, os usuários relatam dificuldades para acessar a rede. Entre as principais barreiras apontadas estão:
Além disso, embora muitos usuários possuam smartphones com conexão 4G e 5G, uma parcela significativa ainda utiliza aparelhos 3G ou feature phones.
Na América Latina, 30% dos conectados usam dispositivos desse tipo, enquanto na África Subsaariana esse número sobe para 65%.
A GSMA prevê que, entre 2023 e 2030, a expansão da conectividade pode adicionar cerca de US$ 3,5 trilhões ao PIB (Produto Interno Bruto) global, beneficiando principalmente os países de baixa e média renda.